Não vivemos tempos normais. Em tempos normais, escreveria sobre as eleições locais gerais que estão aí a menos de um mês (12/10/2025). Porém, os tempos que estamos a viver não são normais e exigem que estejamos atentos ao que se está a passar no mundo à nossa volta. A referência a essas eleições locais fica apenas para uma espécie de nota de rodapé deste texto.
Mas não basta. Temos a China, uma ditadura com um poderio militar e económico enorme, que vai emergindo para se tornar a maior potência mundial e quando essa potência é uma ditadura férrea tudo temos a temer.
Deixamos para o fim verificar o que pode fazer de mal um pequeno país como Israel, que dizem ser uma democracia, esquecendo que uma democracia não mata indiscriminadamente mulheres e crianças, não utiliza quaisquer meios para atingir os fins que pretende. Como é possível estar a suceder na terra onde Jesus Cristo nasceu o que vemos todos os dias nas televisões e lemos nos jornais? Não estamos sequer a viver os tempos do Antigo Testamento em que a violência e a vingança tinham lugar, estamos muito para trás para tempos de bárbaros. Barbárie que reina em muitas outras partes do mundo e a que quase não damos atenção.
No meio disto, que fazer? O que pode cada um de nós fazer? Lutar e resistir. Não ir por aí, mesmo que esteja em curso a III Guerra Mundial de que o Papa Francisco frequentemente falava, mas que poucos levávamos a sério.
Diz-se que hoje não há perigo de Guerra Mundial porque, dadas as armas nucleares que as grandes potências possuem, com poder destrutivo de toda a humanidade, nenhuma delas se atreve a avançar. Ninguém ganharia.
Mas isso é confiar na racionalidade dos governantes das grandes potências e essa confiança não é de nenhum modo segura. Em desespero e estando a perder a guerra, qual delas pouparia o seu arsenal nuclear?
Neste momento já é bom lutarmos pelo adiamento dessa guerra, esperando por melhores tempos. E por estranho que pareça, podemos lutar pela paz, participando nas eleições locais que se aproximam, dando apoio a quem nas nossas freguesias, nos nossos municípios, demonstra rejeitar o terror (qualquer tipo de terror), a violência, o ódio e a guerra. Importa conhecer bem o pensamento e a acção de quem pretende ser eleito.
(Em Diário do Minho, 18/09/2025)