Fui ver alguns dados sobre estes dois concelhos e verifiquei
que Arcos de Valdevez tem uma superfície
de 447 Km2 e uma população de
cerca de 21.000 habitantes e Ponte da Barca tem uma superfície de 182
Km2 e uma população de 13.000 habitantes ( dados de população em ambas de 2021).
Ora se juntássemos os dois ficaria um concelho de cerca de
630 Km2 com uma população de 34.000
habitantes, ou seja, concelho muito mais
forte. Na superfície, ultrapassaria a
média do país que é de cerca de 300Km2 por concelho, mas é de ter em conta que
muita parte desse território seria na serra e em população um concelho com
34.000 habitantes é outra coisa.
E já se reparou bem que as sedes dos dois concelhos são
vizinhas? E que muitas vantagens adviriam em recursos humanos, financeiros,
urbanismo e ordenamento do território entre muitas outras? Haveria desvantagens, certamente. Mas
aquelas não superariam estas?
Não conheço bem os dois concelhos, não sei as rivalidades
que há entre eles ( mas se as há, isso é
coisa que passa e é argumento pobre), mas sei - e defendo - que os concelhos devem ser fortes. Portugal
precisava de uma reforma dos municípios de modo a termos concelhos sempre que
possível a rondar os 50.000 habitantes e nunca com menos de 20.000 habitantes.
Isso nem sempre será possível no nosso país por termos, principalmente no
interior, muito território e pouca
população, mas deverá fazer-se nas restantes
situações e Barca e Arcos é um exemplo claro.
De que se está à espera para formar um movimento nesse
sentido ( por informal que seja) com
naturais de um e outro concelho, mesmo da diáspora, formando sem pressas uma
opinião pública favorável nesse sentido?
Importa dizer que ao mesmo tempo que defendemos concelhos
fortes não defendemos freguesias grandes. As freguesias não são, nem devem
ser pequenos municípios, mas entes de
proximidade que devendo ter uma população mínima (freguesias demasiado pequenas
não são adequadas para cumprir a sua missão) não devem ter uma população tal
que deixe de falar-se em proximidade (vizinhança). A reforma das freguesias de
2013 só foi má porque foi feita com absurdos cortes percentuais por concelho,
juntando freguesias que nunca deveriam ter sido juntas e que agora importa
desagregar. Mas isso é outro tema.
Sobre concelhos muito mais haveria a dizer para bem do bom governo do nosso país. Deveriam ter técnicos qualificados e, por isso, devidamente pagos. Os eleitos a exercer a tempo inteiro deveriam também eles ser melhor pagos. A oposição ( sim, a oposição, pois sem oposição não há democracia!) deveria ter uma estatuto que não tem. E muito mais haveria a dizer.
( Alto Minho - 2-1-25)