quinta-feira, 25 de maio de 2017

Galiza-Norte de Portugal

O Diário do Minho e o Correio do Minho de terça-feira, dia 16 de maio de 2017, davam conta da passagem do testemunho da presidência da Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal do Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, Prof. Doutor Fernando Ferreira de Sousa para Alberto Nuñez Feijóo, Presidente da Xunta da Galícia.
 

A reunião de trabalho teve lugar no Instituto Ibérico de Nanotecnologia (Braga) e, pelas notícias, ficamos a saber que a Euro-região do Noroeste Peninsular quer estabelecer a ligação ferroviária entre Porto e Vigo numa hora (intenção manifestada pelo novo Presidente), o que se saúda. Trata-se afinal de ligar Porto e Vigo a uma média horária pouco superior a 120 Km/hora o que não é sequer uma meta ambiciosa. Ficamos também a saber que a Galiza e o Norte de Portugal pretendem desenvolver, nos próximos 24 meses, quarenta e cinco projetos com um valor de €90.000.000 financiados na ordem dos 85% pela União Europeia. Uma jornalista do DM deu-nos informação mais detalhada sobre estes projetos, que, infelizmente, não tivemos tempo de estudar.
 

Existe um desnível muito acentuado na organização e funcionamento desta instituição, dado que, enquanto da parte de Espanha, a Galiza é uma Comunidade Autónoma (Região) dotada de órgãos eleitos, a parte portuguesa é representada por um serviço desconcentrado da administração do Estado, sem personalidade jurídica e com presidente nomeado pelo Governo central.
 

Sem menosprezar o trabalho feito ao longo de décadas por esta entidade, temos a certeza de que muito e melhor teria sido feito se da parte portuguesa houvesse uma região administrativa dotada de órgãos eleitos. O poder de reivindicar e decidir desta Euro-região esteve sempre fragilizado pelo facto de a parte portuguesa precisar de receber ordens do Governo nacional para tomar decisões.
 

Esta situação, que prejudica o desenvolvimento e as relações entre as duas regiões, perdurará enquanto se mantiver a situação de menoridade portuguesa. Quem tem acompanhado a atividade desta Comunidade de Trabalho tem pleno conhecimento destes problemas.
 

PS – O atentado de Manchester do dia 22 de maio deixa-nos todos de luto. Importa saber lutar contra o terrorismo que invoca o nome de Deus em vão. Saibamos lutar contra ele, usando as superiores armas da nossa civilização humanista. Nunca, por nunca, poderemos responder do mesmo modo. Há outros meios bem eficazes. Deus não manda matar! 

PPS – Preciso de escrever um texto sobre o melro da nossa rua! Desde o amanhecer que ele se coloca no alto do edifício que já foi provisoriamente sede da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão (situado perto dos atuais Paços do Concelho) para nos convidar a acordar bem dispostos e ao fim da tarde, antes de anoitecer deseja-nos uma boa noite, cantando e encantando de novo, como só ele sabe fazer.

in Diário do Minho