quinta-feira, 28 de julho de 2016

Eleições locais 2017

Um dos principais partidos portugueses anunciou há alguns dias que só iria apresentar ou indicar candidatos às eleições locais que deverão ocorrer em 2017, entre 22 de setembro e 14 de outubro, a partir do próximo mês de outubro de 2016 ou seja cerca de um ano antes. 
Compreende-se a cautela, pois a escolha de candidatos começa logo a perturbar o trabalho normal das autarquias locais, mas compreende-se também o anúncio para breve prazo, pois a escolha de candidatos é muito importante a dois títulos: por um lado, deve ser bem pensada e devem ser auscultados os eleitores, nomeadamente aqueles que se preocupam com o bem da autarquia e, por outro lado, os candidatos quando são pouco conhecidos (o que não significa que não tenham muito valor) precisam de tempo para se afirmarem. 


Nestas eleições vai ser motivo de particular atenção o facto de pela primeira vez e por causa da lei de limitação de mandatos ser possível a anteriores presidentes de câmara municipal, que tiveram de sair por força da lei, regressar de novo como candidatos. Limitamos aqui a analise aos presidentes de câmara, embora raciocínio semelhante se possa aplicar a presidentes de junta de freguesias que não foram “unidas”. 


A questão é esta: vão apresentar-se muitos? Os presidentes que já exerceram funções por mais de 12 anos num município (ou freguesia) vão ceder à tentação de regressar de novo? Dizemos ceder à tentação porque é mesmo uma tentação. Muitos presidentes terão tendência para considerar que o governo do município baixou de qualidade e que com eles tudo seria muito melhor. É uma tentação natural e em alguns casos provavelmente certa. 


É minha opinião que não deveriam, no entanto, ceder a essa tentação. Só com fortíssimos motivos (apreciados por outros que não os próprios) uma tal candidatura deveria ser equacionada. 
Por várias razões e desde logo uma tão simples como a idade, pois já não é tempo agora do entusiasmo que levou esses presidentes a exercer funções, que são muito exigentes, durante doze ou mais anos. Há um tempo para tudo. 


Os presidentes de muito anos devem, entretanto, ser acarinhados e ouvidos atentamente, pois têm uma experiência e um saber que não podem ser desprezados. 
A escolha de candidatos é muito importante a dois títulos: por um lado, deve ser bem pensada e devem ser auscultados os eleitores, nomeadamente aqueles que se preocupam com o bem da autarquia e, por outro lado, os candidatos quando são pouco conhecidos precisam de tempo para se afirmarem.

in Diário do Minho