Além da atualidade e de artigos de fundo
sobre temas de interesse para os cidadãos, é um veículo de liberdade de
expressão de todo o espectro social, cultural e político do município.
Retiramos integralmente os dois períodos
antecedentes do nº 6 (maio de 2018) do jornal Porto. Esta publicação, ainda que original e cuidada na
apresentação (muito sóbria) é típica de muitos municípios que querem fazer
chegar aos munícipes informação que lhes interessa, tendo alguns aspetos que
importa mencionar.
Um deles é um espaço de opinião de duas
páginas que está reservado “a todas as forças políticas com assento na
assembleia municipal do Porto”, nomeando cada uma um cronista por edição. É uma
prática pouco vulgar, pois normalmente estes jornais (geralmente
designados boletins) não dão qualquer espaço à oposição ou oposições. Julgamos
que não está feito um levantamento das publicações que assim procedem no nosso
país e só conhecemos, até ao momento, o caso do município de Valongo.
É bom que os municípios informem regularmente
os munícipes com a isenção devida e que incluam a opinião das diversas
correntes políticas, o que é de lei em França. Pede-se a Porto. que dê o exemplo, em Portugal, e vá mais longe, reservando mais
espaço das suas 24 páginas às correntes políticas da assembleia municipal.
Gostaríamos
de ver prática idêntica noutros municípios do país para, assim, aproximar os
munícipes dos eleitos, promovendo uma democracia mais inclusiva e mais robusta.
É preciso coragem política para tal, pois muitos eleitos não gostam de ser
criticados (desprezam ou têm em má nota as oposições) e é preciso sentido de
responsabilidade, pois as oposições podem usar esta faculdade (direito) de modo
abusivo, pisando os limites ténues que separam a crítica do insulto. Não é isso
que sucede no Porto. que temos
diante nós, verificando que os cronistas da assembleia municipal souberam utilizar
bem o espaço que lhes foi atribuído.
O exemplar que temos na nossa frente diz
respeito a maio de 2018, mas pelo que pudemos apurar trata-se de uma publicação
bimestral que sofre de um defeito muito comum nestas publicações que é a
irregularidade na saída, o que não as valoriza.
A democracia local tem ainda muito caminho a
percorrer no nosso país.
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 14-06-2018)