É claro que podemos tirar
conclusões nacionais de eleições locais, mas as eleições locais são, antes
de mais, locais. Se assim não fosse, o PS teria ganho, não só Lisboa, como o
Porto, e não se explicaria a estrondosa derrota que teve em Braga e em
Famalicão.
Em Braga, o “grande
derrotado” destas eleições locais, o PSD, ganhou de forma retumbante (52,05%
dos votos versus 27,93% para o PS).
Mais retumbante ainda foi a vitória em Famalicão, onde o PSD obteve 67,36% dos
votos, contra os 23,84% do Partido Socialista. É verdade que em ambos os
municípios o PSD concorreu coligado com (em Famalicão, com o CDS e em Braga com
o CDS e o PPM), mas parece claro que ganharia folgadamente mesmo se concorresse
isolado.
Como se explicam estas
vitórias? Claramente que se explicam pelos candidatos vencedores e pelos
candidatos vencidos.
Note-se, aliás, antes de
avançar, o que se verificou nestes dois grandes concelhos na primeira metade
dos 40 anos do poder local em Portugal.
Em Braga, desde 1976 até
2013, e em Famalicão, entre 1982 e 2001, foi sempre o PS que ganhou as eleições
e frequentemente com largas maiorias. Podia estar no Governo da Nação o PS ou o
PSD (a maior parte do tempo) que o PS ganhava sempre.
Mesquita Machado, em
Braga, e Agostinho Fernandes, em Famalicão, eram os rostos do PS. Tiveram a
arte de, por si – e pelas suas equipas -, conquistarem a simpatia e os votos
dos respetivos munícipes.
O “reinado” de Mesquita
Machado terminou com a limitação de mandatos, em 2013, e o de Agostinho
Fernandes em 2011, em virtude de uma grave divisão interna do PS. De notar,
também, que nos últimos mandatos de ambos começaram a emergir dois “sucessores”
que foram abrindo caminho: Ricardo Rio, em Braga, e Armindo Costa, em
Famalicão. Ambos concorreram em mandatos anteriores, defendendo as cores do PSD
(em coligação) e obtiveram bons resultados.
Neste aspeto – e sem
tirar mérito aos candidatos vencidos -, fica a ideia de que não foram
encontrados pelo PS os melhores candidatos para disputarem estas eleições.
Cabe-lhes contrariar esta opinião, trabalhando, a partir de agora, para as
eleições de 2021. Têm mesmo de fazer, desde já, um longo caminho até atingirem
o objetivo pretendido e precisam de ter capacidade e poder para reorganizar
devidamente o partido a que pertencem nos respetivos concelhos, não deixando
tal tarefa nas mãos de outros.
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 5-10-2017)
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
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