quarta-feira, 13 de junho de 2007

ECOPISTA NA GAVETA

A notícia vinha no “Público”, do dia 10 de Junho, e titulava : “Presidente da Câmara da Póvoa de Varzim pediu desculpa à Refer por causa da ecopista”.
Fica-se a saber pela leitura do conteúdo que o Presidente da Câmara da Póvoa atirou à Refer culpas que esta não tinha.
Com efeito, a Refer, acusada de nada fazer, teria enviado um estudo feito por uma empresa de arquitectura paisagística para os municípios da Póvoa de Varzim e de Famalicão em 17 de Julho de 2006.
Pergunto: quem conhece esse estudo? Não temos todos o direito a conhecê-lo?
Diz ainda a notícia, no que respeita a Famalicão, que as “obras ainda não arrancaram, apesar de terem sido uma promessa eleitoral do presidente da câmara, Armindo Costa”.
O que a notícia do “Público” não diz é que, para a Câmara de Famalicão, o que apenas importa é a cidade desportiva, como se pode deduzir do JN, de 5 de Junho de 2007, estando prometida a apresentação do novo estádio (a erguer em local, ainda secreto, mas ao alcance do pé), para o dia 27, na Casa das Artes, pelas 21,30 horas.
Vai ser uma apresentação, imagina-se, com pompa e circunstância, prevendo-se a presença de grandes atracções, mantidas também em segredo, até ao último momento.
António Cândido de Oliveira
(Publicado em "O Povo Famalicense", 12 de Junho de 2007, com pequenas adaptações)

sexta-feira, 8 de junho de 2007

É TEMPO DE OPOSIÇÃO!

Apresentar um projecto de cidade desportiva sem antes apresentar um projecto de cidade é fazer as coisas às avessas. Mas é isso mesmo que a Câmara de Famalicão se prepara para fazer. Ela tem uma cidade desportiva para anunciar publicamente e não anuncia - nem se lhe conhece - um projecto de cidade.
Da oposição, de preferência unida, esperam os famalicenses uma atitude à altura deste comportamento. Ela pode fazer muito mais do que se pensa, se tiver capacidade para o fazer. Pelo contrário, se tiver o mesmo nível que tem a actual maioria nada fará.
Damos apenas alguns exemplos do que poderá fazer.
Pode convocar, pois tem o direito de o fazer, uma reunião extraordinária da assembleia municipal (artigo 50.º da Lei n.º 169/99), tendo exactamente como tema a cidade, para exigir da actual maioria que diga qual o projecto concreto de cidade que tem, se é que tem algum.
Pode, se a resposta não for satisfatória, apresentar uma moção de censura à câmara pela sua actuação (artigo 53.º da mesma Lei).
Ao contrário do que se imagina, uma moção de censura não deve ser apresentada apenas quando se tem a certeza que se vai ganhar. Avança-se com uma moção de censura para dizer que algo está mal, para alertar a opinião pública e para que esta fique com a certeza de que alguém protestou. A moção de censura é preparar o caminho para o futuro.
O silêncio, nestas coisas, significa cumplicidade.
António Cândido de Oliveira
(Publicado em "O Povo Famalicense" de 5 de Jumho)