O Diário do Minho e o Correio do Minho de terça-feira, dia 16 de maio
de 2017, davam conta da passagem do testemunho da presidência da
Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal do Presidente da
Comissão de Coordenação da Região Norte, Prof. Doutor Fernando Ferreira
de Sousa para Alberto Nuñez Feijóo, Presidente da Xunta da Galícia.
A reunião de trabalho teve lugar no Instituto Ibérico de
Nanotecnologia (Braga) e, pelas notícias, ficamos a saber que a
Euro-região do Noroeste Peninsular quer estabelecer a ligação
ferroviária entre Porto e Vigo numa hora (intenção manifestada pelo novo
Presidente), o que se saúda. Trata-se afinal de ligar Porto e Vigo a
uma média horária pouco superior a 120 Km/hora o que não é sequer uma
meta ambiciosa. Ficamos também a saber que a Galiza e o Norte de
Portugal pretendem desenvolver, nos próximos 24 meses, quarenta e cinco
projetos com um valor de €90.000.000 financiados na ordem dos 85% pela
União Europeia. Uma jornalista do DM deu-nos informação mais detalhada
sobre estes projetos, que, infelizmente, não tivemos tempo de estudar.
Existe um desnível muito acentuado na organização e funcionamento
desta instituição, dado que, enquanto da parte de Espanha, a Galiza é
uma Comunidade Autónoma (Região) dotada de órgãos eleitos, a parte
portuguesa é representada por um serviço desconcentrado da administração
do Estado, sem personalidade jurídica e com presidente nomeado pelo
Governo central.
Sem menosprezar o trabalho feito ao longo de décadas por esta
entidade, temos a certeza de que muito e melhor teria sido feito se da
parte portuguesa houvesse uma região administrativa dotada de órgãos
eleitos. O poder de reivindicar e decidir desta Euro-região esteve
sempre fragilizado pelo facto de a parte portuguesa precisar de receber
ordens do Governo nacional para tomar decisões.
Esta situação, que prejudica o desenvolvimento e as relações entre
as duas regiões, perdurará enquanto se mantiver a situação de menoridade
portuguesa. Quem tem acompanhado a atividade desta Comunidade de
Trabalho tem pleno conhecimento destes problemas.
PS – O atentado de Manchester do dia 22 de maio deixa-nos todos
de luto. Importa saber lutar contra o terrorismo que invoca o nome de
Deus em vão. Saibamos lutar contra ele, usando as superiores armas da
nossa civilização humanista. Nunca, por nunca, poderemos responder do
mesmo modo. Há outros meios bem eficazes. Deus não manda matar!
PPS –
Preciso de escrever um texto sobre o melro da nossa rua! Desde o
amanhecer que ele se coloca no alto do edifício que já foi
provisoriamente sede da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão
(situado perto dos atuais Paços do Concelho) para nos convidar a acordar
bem dispostos e ao fim da tarde, antes de anoitecer deseja-nos uma boa
noite, cantando e encantando de novo, como só ele sabe fazer.
in Diário do Minho
quinta-feira, 25 de maio de 2017
sexta-feira, 12 de maio de 2017
Democracia, Luta Política e Mérito
O recente episódio de separação no município do Porto entre
o Movimento Independente de Rui Moreira e o Partido Socialista deve ser
atentamente acompanhado.
Quem apresenta uma candidatura não tem necessariamente de denegrir outra ou outras.
Se, pelo contrário, uma lista diz que o governo municipal dos últimos
A democracia bem entendida deve consistir numa escolha entre boas propostas e bons candidatos. Não seria de admirar, embora fosse, em todo o caso, muito triste, que dentro de semanas, no Porto, os elogios se convertessem em ataques à beira de insultos, desdizendo por completo o que ouvimos por estes dias.
O tempo de campanha eleitoral vai demonstrar o caminho que seguirão os candidatos e as respetivas listas.
PS1 – A MEO reconheceu o erro de que falei neste espaço (DM 27.4.2017) e retificou o valor da fatura que me enviou de €92,00 para €74,00. Isso não impediu que tivesse de pagar já os €92,00, sendo a correção efetuada na próxima fatura…
PS2 – A tolerância de ponto, com a vinda do Papa a Fátima, merece crítica: primeiro, por beneficiar apenas uma parte dos cidadãos – os funcionários públicos; segundo, por ser aproveitada pela grande maioria dos beneficiários apenas para um fim de semana prolongado, nada tendo a ver, na verdade, com Fátima. E finalmente porque hospitais e escolas públicas, bem como tribunais e outras instituições, ficam um dia parados, com prejuízos significativos para os cidadãos.
A separação foi feita com elogios mútuos, seguindo cada qual
o seu caminho. Deseja-se que a luta política que agora se inicia se paute pelo
mesmo nível.
Quem apresenta uma candidatura não tem necessariamente de denegrir outra ou outras.
Bem pode, pelo contrário, apresentar-se como uma solução
melhor, ou seja, defender um projeto, sem colocar em causa o mérito da
candidatura adversária.
Temos um hábito pouco edificante de pedir o voto porque os
outros não prestam. É um comportamento de muita presunção.
Se, pelo contrário, uma lista diz que o governo municipal dos últimos
anos não foi mau, mas que é possível fazer mais e melhor,
diz algo que não é habitual e que só dignifica a democracia.
Ganhar a quem não presta, pouco ou nada presta…
Pelo contrário, ganhar a quem é bom é já algo de muito
mérito. Basta de campanhas eleitorais, dizendo mal.
A democracia bem entendida deve consistir numa escolha entre boas propostas e bons candidatos. Não seria de admirar, embora fosse, em todo o caso, muito triste, que dentro de semanas, no Porto, os elogios se convertessem em ataques à beira de insultos, desdizendo por completo o que ouvimos por estes dias.
O tempo de campanha eleitoral vai demonstrar o caminho que seguirão os candidatos e as respetivas listas.
PS1 – A MEO reconheceu o erro de que falei neste espaço (DM 27.4.2017) e retificou o valor da fatura que me enviou de €92,00 para €74,00. Isso não impediu que tivesse de pagar já os €92,00, sendo a correção efetuada na próxima fatura…
Seria curial e só ficaria bem à MEO apresentar desculpas.
Não o fez.
PS2 – A tolerância de ponto, com a vinda do Papa a Fátima, merece crítica: primeiro, por beneficiar apenas uma parte dos cidadãos – os funcionários públicos; segundo, por ser aproveitada pela grande maioria dos beneficiários apenas para um fim de semana prolongado, nada tendo a ver, na verdade, com Fátima. E finalmente porque hospitais e escolas públicas, bem como tribunais e outras instituições, ficam um dia parados, com prejuízos significativos para os cidadãos.
in Diário do Minho
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