Já escrevi
sobre este assunto mais do que uma vez, mas ele continua sem solução. Trata-se
do estrangulamento ferroviário de Ermesinde. É provável que muitas pessoas
continuem sem saber que os comboios que vêm do Alto Minho, de Braga, de
Guimarães e do Douro em direcção ao Porto chegam a Ermesinde e têm de fazer
fila, ou seja, têm de atrasar a velocidade, porque entre Ermesinde e Contumil
uma curta distância de à volta de 7 Km há apenas uma linha norte-sul disponível
e também só uma em sentido contrário !
Isto mantém-se 20 anos (2004-2024) depois de grandes
obras de duplicação da linha até Braga e
da electrificação desta, da linha de Guimarães e de parte da
linha do Douro.
É fácil de ver
o transtorno que isto causa e só assim se compreende que o trajecto de um
comboio urbano rápido entre Braga e Porto demore apenas 17 minutos a chegar a
Famalicão e demore 33 minutos a chegar de Famalicão a Campanhã, perfazendo 50
minutos. Se não houvesse o estrangulamento de Ermesinde, essa viagem bem
poderia demorar no total cerca de 40 minutos o que tornaria este meio de
transporte cómodo e imbatível em relação a qualquer outro. E com mais 5 minutos
chegaria a Porto (São Bento).
As pessoas
também não sabem que mesmo os comboios rápidos têm de parar sempre três vezes
depois de Ermesinde para chegar a Porto- Campanhã ( Águas Santas/Palmilheira; Rio Tinto e
Contumil) e que o mesmo se passa em sentido contrário. É inaceitável que tal
suceda com comboios rápidos.
O que mais
custa a compreender é aquilo que se pode chamar incapacidade, negligência ou indiferença dos
sucessivos presidentes de câmara de
Braga, Barcelos, Famalicão, Guimarães, Penafiel e também do Porto ( pois há quem queira viajar
rápido do Porto para Braga e Guimarães) perante este problema. E só menciono
estes municípios pela população que representam. Mas é evidente que também
outros se deveriam preocupar com a solução do estrangulamento de Ermesinde. Dizem
que que agora com o PRR tudo vai ser resolvido, mas duvido. Antes disso, vai
ser construída certamente mais uma ponte
sobre o Rio Douro.
Se os leitores
pesam que responsabilizo só os presidentes de câmara destes municípios, bem se
enganam. Os moradores dos mesmos e principalmente os utentes têm muita culpa
pela sua apatia, pelo seu conformismo. Dizem mal, mas não passam disso. Está
claro que também ajudaria muito a resolver este problema a atenção da CP e da IP (antiga REFER). Mas, a meu ver,
não vale a pena contar com estas empresas públicas. Elas são bem conhecidas
pela sua tradicional má gestão, com a cumplicidade dos sucessivos governos que
as tutelam.
Escrever de
novo sobre isto é saber que um dia este problema será resolvido. Tarde, mas
será. É irracional manter esta situação por mais 20 anos.
Vou desta vez
ter um atrevimento. Em vez de me dirigir aos presidentes de câmara municipal
(falei com vários deles, desde há anos, sobre este assunto) dirijo-me aos presidentes
das assembleias municipais, enviando-lhes cópia deste escrito e pedindo-lhes
que, no uso da sua missão que é a de se
interessarem activamente pelos problemas
dos respectvos municípios e de
acompanhar e fiscalizar a acção das respectivas câmaras, se preocupem seriamente com este problema. Darei
conta da resposta, se tiverem a amabilidade de me responderem.
E quem me dera
poder dar boas notícias em breve!