A remodelação
da linha ferroviária entre Braga e Porto (mais correctamente Ermesinde) ocorrida em 2004 trouxe um avanço
na ligação entre as duas cidades que ainda não está completo, nem da qual se
tiraram as vantagens que se esperavam.
Não está
completo, porque entre Ermesinde e Contumil há apenas duas linhas, uma no
sentido norte-sul e outra no sentido inverso e isto provoca um estrangulamento
que não é de admitir que se mantenha.
A Ermesinde
chegam obrigatoriamente comboios Alfa, Intercidades, Regionais e Urbanos que
vêm de Vigo/Valença, de Braga, de Guimarães e da linha do Douro e que estão
limitados na progressão da sua marcha ou dos seus horários por causa desta
limitação . Como é possível que esta situação não se resolva?
E como se isto
não bastasse os comboios Urbanos rápidos que de Braga, Guimarães e da linha
do Douro se dirigem ao Porto param até chegara a
Campanhã nas estações de Águas Santas,
Rio Tinto e Contumil. A que título num
comboio rápido? Só é rápido até
Ermesinde?
Um alargamento
da linha entre Ermesinde e Contumil poderia permitir até que houvesse comboios
para o serviço dos utentes moradores entre Campanhã e Ermesinde, libertando a
viagem dos passageiros que pretendessem dirigir-se para distâncias mais longas.
Acresce
que a CP parece não ter em devida conta conta
que os comboios Alfa e Intercidades que partem, por exemplo, de Braga vão naturalmente com muitos lugares
vagos, pois só enchem no Porto. A que título não ocupar esses muitos lugares
vagos - na medida das possibilidades –
entre Braga e Porto a um preço atractivo e não aos preços actuais de 17,50 euros (Alfa) e de 13,50 euros
(Intercidades) e que não tem em conta no seu valor, por exemplo, a entrada em
Famalicão?
Um preço
atractivo – sem prejudicar os passageiros que se destinassem a maiores
distâncias – tinha, ao mesmo tempo, a vantagem de gerar mais receita e retirar
automóveis da estrada. A CP despreza essas receitas e os benefícios que traria
para o ambiente?
Sei que se
misturam neste artigo assuntos da IP e da
CP, mas não trabalham elas para o mesmo
fim? Precisam uma e outra de se entenderem
e não se compreende que a CP não convença a IP a suprimir, no mais breve prazo,
o estreitamento da via a partir de
Ermesinde e que a IP não estimule a CP a utilizar com melhor proveito as vias que põe ao seu dispor.
Ambas devem
servir cada vez melhor os cidadãos e cidadãs deste país e não é essa a ideia
que transparece.
(DM- 1 - 5- 25)