A Ermesinde chegam obrigatoriamente comboios Alfa, Intercidades, Regionais e Urbanos que vêm de Vigo/Valença, de Braga, de Guimarães e da linha do Douro e que estão limitados na progressão da sua marcha ou dos seus horários por causa desta limitação. Como é possível que esta situação não se resolva?
E como se isto não bastasse, os comboios Urbanos rápidos que de Braga, Guimarães e da linha do Douro se dirigem ao Porto param, até chegar a Campanhã, nas estações de Águas Santas, Rio Tinto e Contumil. A que título num comboio rápido? Só é rápido até Ermesinde?
Um alargamento da linha entre Ermesinde e Contumil poderia permitir até que houvesse comboios para o serviço dos utentes moradores entre Campanhã e Ermesinde, libertando a viagem dos passageiros que pretendessem dirigir-se para distâncias mais longas.
Acresce que a Comboios de Portugal (CP) parece não ter em devida conta que os comboios Alfa e Intercidades que partem, por exemplo, de Braga vão naturalmente com muitos lugares vagos, pois só enchem no Porto. A que título não ocupar esses muitos lugares vagos – na medida das possibilidades – entre Braga e Porto a um preço atractivo e não aos preços actuais de 17,50 euros (Alfa) e de 13,50 euros (Intercidades) e que não tem em conta no seu valor, por exemplo, a entrada em Famalicão?
Um preço atractivo – sem prejudicar os passageiros que se destinassem a maiores distâncias – tinha, ao mesmo tempo, a vantagem de gerar mais receita e retirar automóveis da estrada. A CP despreza essas receitas e os benefícios que traria para o ambiente?
Sei que se misturam neste artigo assuntos da Infraestruturas de Portugal (IP) e da CP, mas não trabalham elas para o mesmo fim? Precisam uma e outra de se entenderem e não se compreende que a CP não convença a IP a suprimir, no mais breve prazo, o estreitamento da via a partir de Ermesinde e que a IP não estimule a CP a utilizar com melhor proveito as vias que põe ao seu dispor. Ambas devem servir cada vez melhor os cidadãos e cidadãs deste país e não é essa a ideia que transparece.
(Em Diário do Minho, 02/05/25)