As eleições locais gerais
para os órgãos dos municípios e das freguesias vão decorrer no próximo
ano em data a designar (domingo ou feriado) entre 22 de setembro e 14 de
outubro. As listas a submeter a votação devem ser apresentadas até
cerca de 2 meses antes (até ao 55.º dia anterior) do ato eleitoral e
assim por volta de julho/agosto de 2017.
Dir-se-á que, neste momento, é muito cedo para falar delas, mas não.
A escolha dos candidatos e das suas equipas é uma fase fundamental do
procedimento eleitoral, pois as eleições em cada município e em cada
freguesia só serão boas se bons forem os candidatos.
Acresce que numa democracia bem consolidada os cidadãos devem ter
uma palavra a dizer na escolha dos concorrentes, evitando que estes
sejam fruto apenas da vontade de um círculo restrito de pessoas que
controlam partidos ou grupos de cidadãos. Não estamos a defender –
embora nada tenhamos contra – “eleições primárias”, ou seja, escolha dos
candidatos por votação dos eleitores, mas defendemos um procedimento em
que a escolha seja objeto de largo debate.
Os nomes de candidatos ou possíveis candidatos devem ser notícia, os
responsáveis dos partidos ou grupos de cidadãos devem auscultar
amplamente a opinião de pessoas, nomeadamente das mais identificadas com
a força política ou movimento em causa, e a comunicação social
(nomeadamente a local) deve acompanhar devidamente este processo.
No próximo ano vamos poder assistir, pela primeira vez, a um
fenómeno novo: a possibilidade de candidatura de presidentes de câmaras e
de juntas que não puderam candidatar-se à mesma autarquia em 2013 e
assistir, pela segunda vez, a outro fenómeno: a impossibilidade de
recandidatura de presidentes de câmara e de presidentes de junta à mesma
autarquia por terem decorrido já três mandatos.
Bem gostaríamos que esta fase de pré-procedimento eleitoral fosse
rica e não se concentrasse apenas na escolha dos “cabeças de lista”,
havendo a preocupação de escolher boas equipas de governo local. Muito
gostaríamos também que gente nova, já com vida académica terminada (para
não fazerem a triste figura de dizer que são licenciados sem o serem)
participasse nas próximas eleições locais.
Devemos ter cidadãos e cidadãs qualificados nas listas para
qualificar a vida política. A política é uma atividade muito séria e por
isso importa não a deixar nas mãos de quem não tenha a dignidade devida
para a exercer.
PS – Já com duas listas apresentadas, vai decorrer no próximo dia 13
de dezembro de 2016 (daqui a menos de um mês) a eleição para os órgãos
da Associação de Estudantes da Universidade do Minho. Que sejam umas
boas eleições, pois a responsabilidade é grande! O presidente da AAUM (e
sua equipa) deve ser quem prestigie a Academia e tenha a irreverência
necessária que, dentro de certos limites, tanta falta faz. Estudantes
não acomodados, precisam-se!
in Diário do Minho