Fui convidado e aceitei pertencer ao Conselho de Acompanhamento Estratégico (CAE) que o Partido Socialista (secção de Famalicão) acaba de criar. Aceitei porque vejo sempre com agrado a abertura dos partidos ao exterior e não poderia, por outro lado, recusar a contribuição para formar uma boa alternativa de governo municipal de que o nosso concelho tanto precisa.
O que não esperava é que este Conselho de Acompanhamento Estratégico (CAE) tivesse o âmbito que Reis Sá lhe atribui com a autoridade de quem foi convidado para falar na apresentação. Diz, no seu blog (“Rua da Castela”) , depois de manifestar o seu cepticismo em relação aos tradicionais discursos de “abertura à sociedade civil” dos partidos:
“A maior diferença, aquela que me levou a aceitar o convite, prende-se com a inerência dos membros do CAE na Comissão Política. Isto sim é abertura à sociedade civil. Eu - como os outros noventa e nove primeiros membros - poderei assistir e intervir nas reuniões onde se discutirá a estratégia, o plano de governo, a campanha, o cabeça de lista, contribuindo assim para que a eleição autárquica que se avizinha e a lista que o PS apresentará não seja apenas elaborada em círculo fechado. “
Se isto é assim, acrescento agora eu, é uma revolução na organização de um partido a nível local, que merece toda a atenção e aplauso.
Um partido, com a dimensão que tem o PS famalicense, aceitar que nos seus órgãos participem pessoas que não são filiadas (ainda que a convite dos seus órgãos) para darem não só opinião como para terem peso de voto, implica uma ruptura com a tradição, que é a de que estes assuntos são tratados em círculo fechado, reservado apenas a militantes. Dar este passo é abrir caminhos novos que implicam uma forma muito aberta de ligação com a sociedade que só enriquece e fortalece a vida política e o próprio partido.
António Cândido de Oliveira
(PF-22.7.08)